Por Priscila Dalagnol
A abertura oficial, neste domingo (07), da 25ª edição do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, trouxe a Florianópolis a presidente da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), a bibliotecária canadense Ingrid Parent.
A autora da palestra magna falou ao público sobre as velozes mudanças do mundo digital. Para a especialista, “As alterações tecnológicas são forças motrizes que estão mudando a nossa profissão. O tempo da internet não espera por ninguém. É preciso trabalhar em grupo para compreendermos essas mudanças, prepararmos as bibliotecas para atender essas inovações, e para redefinirmos nosso público leitor na era digital”, disse.
A presidente da IFLA contou que a entidade está elaborando um relatório global de tendências, que será apresentado no mês que vem em uma conferência mundial. Este documento traça um perfil de como será a sociedade da informação daqui a cinco anos. “Com este trabalho, lhes adianto que nós já concluímos a existência de um panorama mutável da educação, com fontes diversificadas de informação e aprendizagem flexível nas escolas, com novas ferramentas em salas de aula”, explicou.
A anfitriã do evento, Sigrid Karin Weiss Dutra, presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), falou em seu discurso de boas-vindas, sobre a descentralização da atuação da entidade. “Presido a Febab desde 2008 e sabemos que é preciso gerir a federação, garantindo condições de visibilidade e sustentabilidade às nossas associações.” Sigrid também lembrou os milhares de brasileiros que foram às ruas em manifestações pacíficas, e destacou o potencial da biblioteconomia nesse contexto. “Acreditamos que as bibliotecas têm papel decisivo de transformação na sociedade que tem externado seu desejo por mudanças.”
O também organizador do XXV CBBD, José Paulo Speck Pereira, presidente da Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB), saudou os participantes e trouxe os números do evento. “A história do CBBD espelha a transformação e o crescimento pelos quais tem passado a biblioteconomia no Brasil. O evento foi realizado pela primeira vez em 1954 no Recife. Neste ano Santa Catarina está recebendo o Congresso pela segunda vez, com números grandiosos: mais de 1.500 participantes e 400 trabalhos inscritos e a serem apresentados.”
Também compuseram a mesa de autoridades na abertura oficial do XXV CBBD, José Castilhos Marques Neto, secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), programa vinculado ao Ministério da Cultura; Emir José Suaiden, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT
Destaque ainda para o lançamento da campanha nacional “Eu Amo Biblioteca, Eu Quero”, uma iniciativa da FEBAB, que pretende incentivar a instalação de pelo menos uma biblioteca pública em todas as cidades brasileiras, e para a noite de homenagens, que premiou os melhores trabalhos acadêmicos inscritos no XXV CBBD, nas categorias artigo científico, relato de experiência e pôster. Também foram lembrados os 40 anos dos dois cursos de Biblioteconomia do estado, oferecidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Sobre o evento
De 8 a 10 de julho, no Centro de Convenções da capital, o CentroSul, profissionais de todo o Brasil devem participar de três grandes conferências, com os bibliotecários e consultores estrangeiros Stephen Abram (Canadá) e Klaus Werner (Alemanha), além da brasileira Marta Pomim Valentim, doutora na área, e professora de graduação e pós-graduação.
A programação vespertina também vai contar com diversos convidados que formarão ao final de cada conferência, mesas redondas. Dentre eles, estarão presentes Gil Giardelli, especialista em assuntos digitais e professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); Carlos Cecconi, bibliotecário e integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil; e Fernando Gabriel Gutiérrez, da Universidade argentina de Luján, que deve abordar os novos dispositivos e aplicações móveis de leitura, como por exemplo, os e-books.
Em período integral, estará à disposição do público uma feira de produtos e serviços nos estandes expositores. Haverá ainda espaço, durante todas as manhãs, para reuniões e visitas técnicas às bibliotecas de Florianópolis, além de workshops, fóruns temáticos e comunicações de trabalhos acadêmicos.
O evento é realizado pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) e pela Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB).