Segundo dia do 25º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia teve palestrantes do Canadá e EUA

Ross Todd em palestra. Foto Jorge do Prado.

Por Priscila Dalagnol

A programação do 25º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, chega ao segundo dia com diversas atividades. O caráter simultâneo do congresso vem permitindo debater o tema central “Bibliotecas, Informação, Usuários: abordagens de transformação para Biblioteconomia e Ciência da Informação”, sem deixar de lado temas não menos importantes, como a digitalização de acervos bibliográficos, o impacto das bibliotecas na educação de jovens, adultos e crianças, as mudanças na era digital, acessibilidade, políticas públicas de promoção e incentivo à profissão, dentre tantos outros.

Pela manhã, destaque para a palestra paralela internacional, com o professor Ross Todd, do Centro para Estudos Internacionais em Bibliotecas Escolares (CISSL). O americano trouxe ao debate o impacto da biblioteca na aprendizagem e as evidências de estudos e pesquisas recentes.

“Nós poderíamos ter estrutura de ponta nas escolas e não seria o bastante, pois as bibliotecas são mais do que lugares onde podemos oferecer informação. É preciso transformar tudo isso em conhecimento profundo, para que nossos alunos consigam aprender, imaginar, ser criativos e, sobretudo, serem geradores desse conhecimento”, explanou.

Já a plenária central do dia, à tarde, ficou por conta de Stephen Abram, consultor de planejamento e gestão de bibliotecas e indústria da informação em Toronto. O canadense falou acerca da valorização do profissional bibliotecário e do incentivo ao surgimento de novas lideranças na biblioteconomia ao redor do mundo.

“Não precisamos somente de prédios para abrigar acervos de livros. Muitas vezes as estratégias são desenvolvidas pelo profissional. As coisas não são tão simples quanto fazer uma pergunta ao Google. As regras são importantes e temos que ser amigáveis, mas é preciso nos impor. O conteúdo digital leva a uma presunção de que as pessoas poderão encontrar qualquer informação sem auxílio, o que não é verdade. Para aderir e nos adaptar às mudanças em nossa área, é preciso implementar uma proposta de valor complexa que é a biblioteca, com temáticas diversificadas e atrativas ao público”, finalizou.

Na sequência, a mesa redonda do dia foi formada pelos convidados; Gil Giardelli, especialista em assuntos digitais e professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); Carlos Cecconi, bibliotecário e integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil; e Bruce Cocco, integrante do Centro de Biblioteca Online de Ohio (OCCL).

Giardelli tratou da colaboração humana, da inteligência coletiva e da educação no século XXI, mostrando balanço onde a previsão para o próximo ano é de que a troca de dados online será 133 vezes maior do que foi entre 1980 e 2010. Enquanto Cocco divulgou cases de sucesso da OCCL, já que a entidade incentiva as bibliotecas a terem seu acervo disponibilizado em um polo central de dados, com grandes fichas de conhecimento na internet. E, por fim, Cecconi explicou as atribuições do Comitê Gestor da Internet no Brasil, que já possui mais de três milhões e 200 mil sites cadastrados no domínio brasileiro br e o modelo de governança na internet praticado pelo órgão.

Paralelo ao evento acontecem o 1º Fórum de Biblioteconomia Escolar: Pesquisa e Prática; e o 3º Fórum Brasileiro de Bibliotecas Públicas. São 13 espaços diferentes, onde os participantes podem optar por assistir 588 apresentações, seminários, mesas redondas, reuniões técnicas e comunicações orais de trabalhos acadêmicos.

O evento é realizado pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) e pela Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB).